fantasias costuradas


A culpa é tua (em março de 1998)

Meu coração não aguenta
Parece que vai sumir
Nessa imensa aflição.
Pequeno... escondido no canto
Quieto... com medo da escuridão.
Chora, chora baixinho
Quer gritar, dizer que é frágil
Precisa de ajuda
Ninguém escuta.
Ás vezes morre
Depois vem a esperança
E faz ele viver.
E vivendo de novo
Torna a sofrer
E ele continua
Sofrendo e morrendo
Tudo por culpa tua.

por Ths.


AMOR SUBJUNTIVO (em outubro de 1998)

Se você soubesse o que sinto por você...
seria fácil sentir algo por mim.
Se você ouvisse o que digo para você...
seria fácil dizer o que quero ouvir.
Se você visse o que faço por você...
seria fácil fazer tudo para mim.

Mas você não me sente...
você não me ouve...
você não me vê.

E eu fico aqui
Sem ter o teu sentir
Sem ter o que ouvir
E você não está nem aí.
por Ths.





Costurando incertezas (em agosto de 2004)


Sentei-me aqui para escrever...o quê ainda não sei, e até sei mas choro e nem penso mais no que eu queria dizer. Apenas choro e sinto falta...pessoa...lugar...luar...simplicidade. Apenas tenho vontade de chorar, de voltar e engolir cada palavra dita, cada lágrima derramada. Agora sinto vergonha... dos olhos vermelhos, olhos inchados, nariz escorrendo, fala trêmula...sinto vergonha da minha solidão. Ao menos eu quis ser enganada e deveria ter me sentido feliz, assim suportaria com mais gratidão. Indago-me tantas vezes porque mentes quando precisa dizer a verdade e és verdadeiro quando precisa mentir...só para depois eu me agarrar com todas as forças ao que nem mesmo eu acredito ser certo...e sigo esperando pois há de ser breve que se desvende logo as tramas do seu coração.
Olho no espelho...estou acabada e antes fosse de saudade não de verdade.

por Ths.